quinta-feira, 27 de maio de 2010

NELSON GONÇALVES

No dia 19 de abril de 1998, por volta das 21 horas, a Rede Globo de Televisão, atravéz de uma edição especial, informava a morte do cantor Nelson Gonçalves, vitima de insuficiência respiratoria, aos 78 anos de idade.

Com o desaparecimento de Nelson, considerado o ultimo dos grandes, encerrava-se um ciclo de ouro do radio brasileiro, quando predominavam os cantores de voz possante como Vicente Celestino, Francisco Alves, Orlando Silva, Carlos Galhardo, e Nelson Gonçalves.

Estes grandes nomes eram a alegria e o orgulho do povo brasileiro. Alguém muito importante disse certa vez, que pode se conhecer um povo, seus costumes, seus hábitos, sua felicidade, pela sua musica.

Se este conceito estiver correto, na época que estamos nos referindo o povo brasileiro deveria ter sido muito feliz, porque nossa musica neste tempo era com certeza uma das mais belas de todo o mundo.

Ao longo de sua fenomenal carreira, Nelson Gonçalves vendeu por volta de 52 milhões de discos, tendo recebido 20 discos de platina, e 40 discos de ouro, alem de gravar 112 lps, superando neste particular o cantor Elvis Pres ley que era o recordista norte – americano com 63 lps gravados.

Adelino Moreira foi o compositor que mais se identificou com Nelson, para quem fazia musicas desde 1950,quando se conheceram na Radio Nacional do Rio de janeiro.

Em 1956, quando o Brasil possuia por volta de 60 milhões habitantes,

“A volta do Boêmio” composição de Adelino, gravada por Nelson,venderia a espantosa quantia de 2 milhões de discos,aproximadamente.

Filho de imigrantes portugueses oriundos da cidade de Viseu, Nelson nasceu em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, no dia 21 de junho de 1919, vindo para S.Paulo, capital, com apenas um ano de idade, para o bairro do Brás, onde cresceu. Quando morreu em 1998, tinha 78 anos idade e 58 de carreira artística, talvez a mais significativa de todas, entre os cantores brasileiros.

A família Gonçalves trouxe lá de Portugal, a tradição de cantores ambulantes. De manhãzinha saiam para as feiras livres ou praças publicas se apresentavam cantando. Depois corriam os pires, arrecadando as contribuições das pessoas que os assistiam.Destas apresentações participavam toda a família “seu” Manoel, a esposa, Quincas o filho mais velho e Nelson um garotinho com apenas cinco anos de idade. Seu Manoel havia fabricado um violão com 9 cordas,- o violão normal tem apenas 6 - As cordas adicionais eram bordões, acorda grossa de som grave. O pai de Nelson era fã do cantor Paraguaçu e interpretava praticamente todo o seu repertorio.Quincas cantava alguns fados lá da terrinha, mas Nelson era de fato a grande atração. Pequenino, magrinho, o garoto impressionava os assistentes pela voz possante para um menino que tinha de cantar sobre um caixote de madeira, de tão pequeno que era. Após o show recebia de seu Manoel 500 reis, para gastar em guloseimas.

Com 20 anos de idade, isso em 1939, resolveu fazer um teste Radio Piratininga, com o maestro Gabriel Migliore. Passou no teste, mas na estréia, estava tão nervoso que após ser anunciado pelo apresentador Aurélio Campos, não conseguiu articular palavra. Ficou total mente mudo, e tremia como vara verde.

A primeira gravação de Nelson Gonçalves foi a valsa “Se eu pudesse um dia” na gravadora RCA.Victor, onde ficou ate o fim de seus dias. O primeiro contrato lhe renderia 6oo.ooo reis por mês,mais 100 reis por disco vendido. Foi ao longo de sua carreira,um verdadeiro campeão na vendagem de discos e também de grandes sucessos. “Metralha” era o apelido carinhoso com era chamado por seus amigos e colegas,num tempo em que para se vencer no radio,era necessário possuir um grande talento. E Nelson Gonçaves sem nenhuma duvida o possuía sobremaneira.

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