quinta-feira, 27 de maio de 2010

O MENINO DE ROUPA VERMELHA

O garotinho Clécius,nasceu infectado pelo vírus da AIDS herdado de sua própria mãe,uma jovem operária de origem pobre que mantinha a ela,e ao filho, com os minguados recursos provenientes de seu parco salário.

Desde o inicio de sua vida,o pequeno Clècius necessitava de medicamentos para sobreviver.

Aos cinco anos,a través de uma cirurgia,teve um cateter inserido em uma veia do seu tórax,para,infundir o medicamento em sua corrente sangüínea. O cateter èra conectado a uma bomba infusora, que o menino carregava em uma mochila, presa as costas.

Muitas vezes,ele também precisava de um reforço de oxigênio para ajudar em sua respiração,quando acontecia que, em suas brincadeiras,subitamente parecia que ia morrer sufocado sem ar para respirar. Este problema, era solucionado pelo tanque de oxigênio que carregava consigo, atravez de um carrinho.

Embora enfrentando todas estas dificuldades, o menino Clécius não abria mão de um minuto siquer de sua vida,por causa da terrível doença.Era comum vê-lo brincando e correndo com as outras crianças no pátio do modesto edifício onde morava com a mãe,tendo a mochila as costas e empurrando o carrinho onde estava o tanque de oxigênio. Todos os moradores do edifício de Clecius,ficavam maravilhados com a alegria do menino e toda aquela energia que ele transmitia as pessoas,que dele se aproximavam. Era muito bom estar perto de Clécius,pensavam todos.

A mãe do garoto, naturalmente o amava muito,mas freqüentemente reclamava da agitação do mesmo,que ela entendia exagerada. Parecia que ele tinha enorme pressa em viver,em aproveitar a vida em cada segundo,tirando o ,maximo que ela poderia lhe oferecer,numa gana de viver,que as pessoas saudáveis parecia sem explicação.

Mas para aquela mãe zelosa e também doente,toda aquela efusão de vida, aquela energia desmedida que vinha daquele pequeno ser, parecia exagerada e sem motivo, e para localizá-lo com maior facilidade entre as outras crianças do prédio, sua mãe o vestia de vermelho.

Chegou o dia porém, que a terrível doença venceu aquele pequeno dínamo que se chamava Clécius. Coincidentemente foram, ele e a mãe, internados no mesmo hospital com diferença de apenas algumas horas, um do outro. Sentindo que o momento estava próximo, sua mãe em sua última conversa com o menino procurou confortá-lo, dizendo-lhe que não sentisse medo, pois ambos se encontrariam lá no céu com toda certeza. O pequeno apenas assentiu com a cabeça, dando um triste sorriso, parecendo já esperar por esta hora.

Poucos dias antes de morrer,Clecius chamou a enfermeira que o assistia, e com voz muito debilitada sussurrou:

- “Sei que vou morrer logo, mas não estou com medo. Quando eu morrer, por favor me ponha uma roupa vermelha. Mamãe prometeu me encontrar lá no céu, mas sei que lá deve ter muitas crianças, e quando ela chegar eu devo estar brincando. Se eu estiver com a roupa vermelha, sei que ela vai me achar logo.”

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