quinta-feira, 27 de maio de 2010

O PIRATA

Vamos supor que existam três sapos numa folha, e um deles decida pular para a água.Quantos sapos restam na folha? Resposta certa: três sapos, porque um deles apenas decidiu fazer isso, porem nada indica que o tenha feito. Nós os seres huma nos,não somos como o sapo,muitas vezes? É comum dizermos que vamos fazer isso

mais aquilo,e acabamos não fazendo nada. Durante nossa vida, temos que tomar muitas decisões, algumas fáceis, outras mais difíceis. Grande parte dos erros que cometemos, e principalmente dos resultados que conseguirmos, dependerá da nossa atitude,no momento certo.

Tudo na vida implica em possíveis erros, que cometemos quando indecisos ou omissos.

As conseqüências de nossas atitudes nos trazem resultados com as quais temos que conviver,as vezes pelo resto de nossos dias. Mas temos que arriscar.Expor sentimentos por exemplo,é arriscar-se a ficar exposto aos olhos dos outros. Rir,é correr o risco de parecer tolo. Chorar,é correr o risco de parecer excessivamente sentimental. Então o que fazer; como agir? A escritora norte americana Marjorie Wally,demonstra num conto que escreveu, que as crianças,com sua inocência e sinceridade,podem ensinar e muitas coisas,se hás observarmos bem. Vejam a historia: ¨A senhora Smith estava sentada na ante sala do consultório médico aguardando a vez de ser atendida, quando um garotinho e sua mãe entraram. O menino chamava a atenção, porque usava um tapa-olho. Ela achou muito bom que o garoto brincasse a vontade, sentado no chão do consultório, parecendo que o tapa-olho não o incomodava em nada. ¨-Ele deve ter superado muito bem o seu problema, ao contrario do que ocorre comigo.¨

Como o consultório não estivesse muito cheio aquele dia, a senhora Smith esperava a sua consulta para avaliar a cicatrização de seu joelho,para que os médicos pudessem encaixar uma pròtese. Ela havia perdido a perna,do joelho para baixo,num acidente de carro, e depois disso mesmo tentando ser corajosa,perdera a alegria de viver sentin

do-se uma invalida,na verdade. A perda,fora devastadora para ela,embora todo o

apoio recebido dos familiares e dos médicos,não conseguia aceitar,em sua cabeça, aquela triste realidade de agora.

Finalmente,a senhora Smith teve oportunidade de perguntar ao menino,o havia acontecido com o seu olho. Ele analisou a pergunta por algum tempo,e com a graça natural de uma criança de 4 anos respondeu : - Não há nada de errado com o meu olho...É que eu sou um pirata! Disse isso,e voltou a brincar com seus soldadinhos de plástico. A senhora Smith levou um choque. Parecia que Deus falara com ela, através daquela criança, para convoca-la para a vida. Sentiu um misto de vergonha e alegria ao mesmo tempo. A palavra ¨Pirata¨ dita por aquela criança, mudou radicalmente sua

postura diante do problema que antes parecia insolúvel. Viu-se vestida como Long John Silver de pé, no convés de um navio pirata.Parada, com as pernas abertas, sendo que uma das pernas era de pau,e ela tinha imenso orgulho disso. As mãos seguravam os quadris, a cabeça levantada,ombros para traz, e ela sorrindo no meio da tempesta

de,enquanto ventos com a força de um furacão,chicoteavam seus cabelos e o rosto. Água gelada passava por cima da balaustrada do convés,se quebrando contra o navio. O barco balançava e gemia sob a força da tempestade,mas ela impávida o mantinha firme,com mãos de ferro segurando o leme. Afinal,era era quem deveria determinar o rumo do seu barco, assim como o rumo da sua vida. Como num passe de mágica, sentiu-se corajosa e muito confiante novamente.

Olhou para aquele garotinho que inocentemente brincava com os soldadinhos no chão, a quem tanto,agora se sentia agradecida. Neste instante,a enfermeira chamou-a para ser atendida. E quando ela balançou as muletas levantando-se, o menino percebeu a sua amputação e disse: ¨ Ei moça! O que há de errado com sua perna? A mãe do menino que tudo observava, ficou petrificada.

A senhora Smith olhou por um instante para a perna diminuída, que até alguns instantes era motivo de tanto sofrimento, sorriu calmamente e disse :

- Nada querido...É que eu também sou pirata!

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